O salário
dos 10% mais pobres da população brasileira cresceu 91,2% entre 2001 e 2011. O
movimento engloba cerca de 23,4 milhões de pessoas saindo da pobreza. Já a renda
dos 10% mais ricos aumentou 16,6% no período, de forma que o rendimento dos mais
pobres cresceu 550% sobre o rendimento dos mais ricos.
Os dados são
do estudo "A década inclusiva", apresentado terça-feira (25) pelo presidente do
Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri. O documento usou
dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Não há, na
história brasileira estatisticamente documentada desde 1960, nada similar à
redução da desigualdade de renda observada desde 2001", disse Neri. "Assim como
a China está para o crescimento econômico, o Brasil está para o crescimento
social", completou.
A diminuição
da desigualdade, medida pelo coeficiente de Gini, passou de 0,594 em 2001 para
0,527 em 2011. No índice, quanto mais perto de zero, menor a desigualdade entre
os mais ricos e os mais pobres do país. "O Brasil está no ponto mais baixo da
desigualdade, embora ela ainda seja muito alta", ressaltou o presidente do
Ipea.
O
crescimento dos salários é o principal indicador para a melhoria, aponta o
estudo. É o que responde por 58% da diminuição. Em segundo lugar vem os
rendimentos previdenciários, com 19% de contribuição, seguido pelo Bolsa
Família, com 13%. Os 10% restantes são benefícios de prestação continuada e
outras rendas.
Fonte: Valor Econômico
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