A Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS) deverá anunciar nos próximos 15 dias se aprova a venda da Amil, maior
operadora de planos de saúde no Brasil, para a UnitedHealth Group, gigante do
setor nos Estados Unidos. A transação, que já vinha sendo estudada há alguns
meses, foi anunciada nesta terça-feira (9). O negócio envolve a venda de 90% da
Amil para a United pela quantia de US$ 4,3 bilhões.
A legislação brasileira proíbe a
participação de capital estrangeiro em hospitais brasileiros, mas não impede em
operadoras de planos de saúde. Representantes de usuários de planos de saúde já
manifestaram temores. Toda vez que há fusões ou vendas eles são afetados
principalmente com mudanças na rede credenciada.
A preocupação é maior agora, quando se trata do controle do sistema de saúde brasileiro por uma empresa estrangeira. Se o negócio for aprovado, os 22 hospitais próprios da Amil também serão administrados pela empresa estrangeira. Conforme o grupo americano já anunciou, seu interesse está no crescente mercado brasileiro. A transação é interessante também para os controladores brasileiros da Amil, que ficam com os 4,3 bilhões de dólares, com os 10% das ações e o comando as operações.
Já o sistema de saúde brasileiro não
tem o que comemorar. “A venda sinaliza um caminho que pode ser sem volta. Não é
só a possibilidade de outras empresas estrangeiras da saúde virem para cá. É a
lógica do crescimento do setor privado que preocupa”, analisa Mário
Scheffer, presidente do Grupo Pela Vidda-SP, assessor do Conselho Federal de
Medicina e conselheiro do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde
(Cebes).
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