Fonte:
CNTC
Mulheres que atuam no movimento
sindical do Sistema CNTC em vários estados brasileiros estiveram reunidas ontem
(10/12) na sede da Confederação dos Trabalhadores no Comércio em Brasília para
discutir o cenário da violência contra a mulher. O evento faz parte das
atividades alusivas ao movimento “16 dias de ativismo pelo fim da violência
contra a mulher”, realizado no Brasil e no mundo de novembro a dezembro todos os
anos.
A programação contou com o
pronunciamento das parlamentares deputada Jô Moraes (PCdoB/MG) e senadora Ana
Rita (PT/ES), e da Coordenadora do Centro de Referência no Atendimento à Mulher
da Secretaria da Mulher do Distrito Federal, doutora Carla
Valente.
À frente da Coordenadoria da Mulher da
CNTC, a sindicalista Elizabete Madrona levantou pontos do Pacto Nacional firmado
em 2007 que encontram entraves em sua execução, como a garantia da
aplicabilidade da Lei Maria da Penha, o fortalecimento da rede de serviços para
mulheres em situação de violência e o acesso à justiça.
“Precisamos de mais agilidade nos
processos em tramitação para que possamos ampliar a infraestrutura de
atendimento à mulher nos estados e municípios e promover a qualificação dos
profissionais da saúde e dos policiais para que a Lei possa ser efetivamente
cumprida”, salienta Madrona.
O Brasil é o sétimo país que mais mata
mulheres no mundo. Nos últimos 30 anos foram assassinadas mais de 92 mil
mulheres. A senadora Ana Rita destacou a importância das iniciativas que
discutem e esclarecem sobre os diferentes tipos de violência praticados contra a
mulher, mas deixou claro que é preciso ir além do debate para mudar a
situação.
“São muitos os desafios que temos pela
frente para erradicar as violências contra as mulheres e, para auxiliar nesta
tarefa, é que foi criada a CPMI da Violência Contra a Mulher, da qual sou
relatora. O nosso trabalho revelou uma estrutura precária de enfrentamento ao
problema, constatando nos estados o abandono, a falta de estrutura física e
material, além do número insuficiente de servidores no serviço de atendimento às
mulheres”, revela a senadora.
Para a doutora Carla Valente, é preciso
levar o debate à sociedade e aos grupos organizados para que possamos mudar a
realidade a partir da fonte do problema: o modelo de educação machista que ainda
impera nos lares e nas escolas.
“Cabe a nós, mulheres, mudarmos os
padrões de educação de nossos filhos, descartando desde cedo, as diferenças de
gênero características da educação machista prevalecente. Desde que nascem os
homens são criados para assumir espaços no mundo e as mulheres para ficar no
quadradinho, e esse modelo de educação contribui com os índices de violência e,
no mundo do trabalho, para que a competência da mulher sejam avaliadas por um
referencial masculino”, alerta a especialista.
Como parte da programação, o grupo
participa, entre 10 e 12 de dezembro, do Seminário de gênero, raça e violência
contra as mulheres, em realização no Hotel San Marco e também marca presença no
Lançamento, pelas Procuradorias Especiais da Mulher do Senado e da Câmara dos
Deputados, do livreto +Mulher na Política, no dia 11, no Salão Nobre do
Senado.
No dia 12/12 a comitiva participa ainda
do Fórum de Combate à Violência Contra a Mulher na Câmara Federal. O conjunto de
atividades deve nortear o plano de trabalho da Coordenadoria da Mulher da CNTC
para 2014, que prevê oficinas de qualificação e alinhamento para as mulheres do
movimento sindical em todo o país.
“As mulheres do movimento sindical
precisam conhecer a problemática da violência contra a mulher e ser preparadas
para atuar em seus municípios, junto às casas legislativas e às prefeituras, no
sentido de lutar pela instalação da infraestrutura necessária para que a Lei
Maria da Penha seja cumprida”, diz Silvana Maria da Silva, representante da
Coordenadoria da Mulher da Federação dos Empregados no Comércio de Bens e
Serviços do RS (FECOSUL).
A sindicalista ressalta também a
importância de aumentar paulatinamente a participação das mulheres nos cargos
decisórios das empresas e, particularmente, nas entidades sindicais, bem como
nas casas legislativas em todas as instâncias. “Para combatermos de forma
efetiva as diferenças de gênero precisamos ganhar representatividade na política
e nas empresas, equilibrando os espaços de decisão”, reforça
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