Fonte: SPM
As mulheres estão vencendo batalhas na busca pela igualdade
na representação política. Em 12 meses, contados desde outubro de 2012, a
filiação feminina a partidos políticos representa 64% das 136 mil pessoas que
ingressaram nas mais de 30 legendas no período. Mesmo com esse avanço, apenas
nas eleições de 2012 foi alcançada a meta de 30% de candidaturas femininas
prevista na Lei Eleitoral.
Desde 2009, quando ocorreu a mudança na legislação e foi
estabelecido o aumento do percentual mínimo de candidaturas do sexo feminino
por partido, várias medidas foram criadas para incentivar a participação das
brasileiras na vida política e partidária do país. Representantes das
agremiações partidárias, por exemplo, se reúnem desde o ano de mudança da lei
no Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos para discutir
a questão de gênero.
Temas comuns – Independente da questão ideológica ou
partidária, as mulheres presentes no encontro decidiram apoiar temas comuns
relacionados à política de gênero. Consideram iniciativas sobre creches,
educação em tempo integral, na área de saúde e mobilidade urbana, entre outras
questões caras às mulheres. São ações que contribuem para que as mães possam
conquistar espaço no mercado de trabalho e na política. Theresa De Lamare, do
PPL, destacou a importância da unidade do sexo feminino liderada pela SPM, que
apoia o Fórum.
Relatos de praticamente todas as participantes mostraram que
os partidos estão investindo na formação política das mulheres. “O PP realizou
campanha de filiação do sexo feminino e cursos de capacitação em vários
estados”, revelou Marli Dornelas. Segundo Fabiana Gadelha, o PDT aumentou o
número de filiados em 15%. “No PSDB fizemos dez cursos de formação em regionais
em 2013”, pontuou Solange Jurema. O partido também registrou um crescimento de
cerca de 50% em filiações.
A baixa ocupação de cargos de poder pelas mulheres foi
ilustrada pela representante do PT, Laisy Moriere. “Não tem uma central
sindical ou partido presidido por mulher”, alertou. Moriere explicou que, com a
pouca representação no Congresso Nacional, a mulher fica, consequentemente,
sub-representada na sociedade. Ela acrescentou que o grande problema da mulher
é o financiamento da campanha e que o PT investiu em curso de formação em todos
os estados.
A ideia das participantes do Fórum é trabalhar pela eleição
de candidatas que tenham conhecimento político e comprometimento com as
questões de gênero. Outra preocupação das representantes partidárias é afastar
as candidatas “laranjas”, aquelas usadas apenas para cumprir a cota partidária
de 30%, mas sem a menor intenção de investir na campanha ou atuar na política.
Desafios – A missão para eleger mais mulheres requer uma
participação intensa junto aos partidos e de convencimento das novas filiadas a
se candidatarem. Embora o número de filiações do sexo feminino, nos dois
últimos anos, tenha pela primeira vez ultrapassado o do sexo masculino, segundo
dados da Procuradoria Especial da Mulher do Senado e da Justiça Eleitoral, os
homens ainda dominam a política. Do total de 15,1 milhões vinculados a alguma
legenda, 8,4 milhões são homens e 6,7 milhões são mulheres.
A tarefa agora é fazer com que esse aumento de filiações se
traduza em candidatas eleitas tanto para as assembleias nos estados quanto para
o Congresso Nacional. Enquanto a representação feminina chega a 9% na Câmara
dos Deputados e a 10% no Senado Federal o percentual de eleitoras supera 51%.
Próximos passos – A secretária de Articulação Institucional
e Ações Temáticas da SPM, Vera Soares, que coordenou a reunião, disse que todos
os partidos políticos foram convidados para o Fórum, que se reúne pelo menos
duas vezes por ano. Os próximos passos são uma reunião com as bancadas
femininas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ainda neste mês de
fevereiro, além de ações também em março.
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