Luiz Carlos Motta
Presidente da Federação dos Comerciários do Estado de São Paulo
Com o passar dos anos, é natural que as Centrais Sindicais
acabam ganhando perfis que as levam a serem mais identificadas com esta ou com
aquela categoria de trabalhadores; fato que deve ser respeitado, considerando,
por exemplo, que o número maior de representados de determinada categoria acaba
dando uma característica predominante à da Central, sem desconsiderar seus
demais representados.
A Central “A” pode ter como marca registrada a representação
dos servidores públicos; já a Central “B” acaba sendo reconhecida como a
Central dos metalúrgicos e assim por diante. Ou seja, o perfil por setor de atividade se torna marcante.
Entretanto, esta diversidade e, no bom sentido, esses
chamados rótulos NÃO têm impedido a unidade entre as Centrais. Prova está na luta unitária que ora organizamos pela
retomada das discussões em torno da Pauta Trabalhista, como se confirmará no
grande ato do próximo dia 9 de abril aqui em São Paulo.
Com base nestes argumentos, nós, comerciários do Estado de São Paulo, iniciamos internamente conversas bem pontuadas e, a cada novo encontro, crescia em nós um sentimento de mudança de rumo. Era preciso fortalecer a luta comerciária no Estado de São Paulo e em todo o Brasil.
A tomada de decisão, democrática, como se vê nesta
Assembleia, nos mostrou um único caminho: sugerir a filiação da nossa Federação
e dos seus Filiados que assim desejassem a uma Central que aumentasse nossas
representações nas bases e cujo DNA fosse verdadeiramente COMERCIÁRIO.
Não restou dúvidas, o caminho era um só: nos filiarmos à
União Geral dos Trabalhadores, a UGT, uma Central que agrega as categorias mais
atuantes do Brasil.
Sob a persistência do comerciário Ricardo Patah, a UGT atua
em todo o Brasil com dirigentes experientes e combativos na defesa dos direitos
dos trabalhadores e das trabalhadoras brasileiros.
Apenas a título de ilustração desta atuação combativa, cito
aqui a incansável luta do companheiro Patah pela conquista da Regulamentação da
Profissão de Comerciário.
Conquista que vai fazer um ano no mês que vem; data que,
para nossa alegria, vamos comemorar juntos, em 15 de março!
Aos meus companheiros e às minhas companheiras que, assim
como eu, abriram mão de cargos importantes na Central a qual estávamos
filiados, manifesto meus agradecimentos por mais uma demonstração de espírito
de coletividade.
Deixo o cargo de 1º Tesoureiro Nacional da Força Sindical;
cargo que já fora ocupado pelo também comerciário Ricardo Patah, porque tenho
certeza: ao nos filiarmos à UGT, estamos investindo no fortalecimento das
bandeiras de luta da Central, sejam reivindicações comerciárias, sejam
reivindicações dos trabalhadores em geral, como redução da jornada, fim do
Fator Previdenciário e da ampliação das terceirizações.
Acreditamos que ao ingressarmos na Central Sindical que já
agregava o maior número de comerciários no Brasil, vamos potencializar seu
poder de mobilização e de luta; afinal representamos mais de dois milhões e
meio de comerciários no Brasil. Com a nossa filiação quero crer que a UGT passe a
representar mais de quatro milhões de comerciários no Brasil.
Confesso que nossa decisão foi considerada ousada por alguns
dirigentes sindicais comerciários e também por sindicalistas de outras
categorias. Cientes de que não há efeito sem causa, ponderamos as
críticas, sem cultivar rupturas.
Otimistas e certos da decisão encaminhada, não tenho dúvidas
que os mais de 60 Sindicatos Filiados à Federação dos Empregados no Comércio do
Estado de São Paulo chegam à UGT para dar musculatura ao sindicalismo ético e
inovador que esta Central pratica para melhorar as condições de trabalho e a
qualidade de vida da classe trabalhadora.
Seja na Capital, na Baixada Santista ou no Interior do
Estado, estamos prontos e dispostos a compartilhar, com as demais categorias
que integram a UGT, nossa organização estadual e nosso poder de mobilização.
Somos forjados num sindicalismo alicerçado na unidade e na
lealdade, princípios que balizam nossas condutas e nossas ações em toda nossa
base comerciária do Estado. Assim vamos permanecer!
Reconheço na data de hoje, 13 de fevereiro, a concretização
da unidade comerciária em uma única Central, que agora se configura como a
maior Central de Comerciários do Brasil.
Juntos, somos mais fortes.
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