terça-feira, 11 de março de 2014

O avanço político das Mulheres

Jaime Porto
Presidente
As mulheres estão vencendo batalhas na busca pela igualdade na representação política. Em 12 meses, contados desde outubro de 2012, a filiação feminina a partidos políticos representa 64% das 136 mil pessoas que ingressaram nas mais de 30 legendas no período. Mesmo com esse avanço, apenas nas eleições de 2012 foi alcançada a meta de 30% de candidaturas femininas prevista na Lei Eleitoral.

Desde 2009, quando ocorreu a mudança na legislação e foi estabelecido o aumento do percentual mínimo de candidaturas do sexo feminino por partido, várias medidas foram criadas para incentivar a participação das brasileiras na vida política e partidária do país.

Muito mais, entretanto, ainda precisa ser feito, e claro, ser feito principalmente por elas. Desde os combates ferrenhos travados pelas mulheres para obterem o direito de voto aos esforços desenvolvidos hoje, em todo o mundo, para introduzir a igualdade de gêneros na sociedade, as mulheres continuam enfrentando condições de vida muito mais difíceis e exigentes do que os homens.

Para poder exercer a participação na politica, o meio que lhes permite ter seus interesses representados com legitimidade elas devem ter forças para executar pelo menos três jornadas de trabalho. O trabalho doméstico, o trabalho que prove o sustento e o trabalho político. Mas, não bastasse a enorme carga, as mulheres ainda tem de lidar com o machismo, o preconceito e a discriminação.

A primeira consequência disto é o desinteresse pela vida pública, que muitas delas demonstram. Poucas encontram um meio de conciliar tantas obrigações. Mas quando querem, conseguem feitos memoráveis como o cargo de presidente da república ou de primeiro ministro.

E, elas são muito boas no que fazem, tanto que uma simples pesquisa revela que 41% dos brasileiros acreditam que o mundo seria um lugar melhor se as mulheres fossem maioria no mundo político. Essa proporção é quatro vezes maior do que os que acham o contrário – ou seja, que seria pior caso houvesse maior participação do sexo feminino (9%). 

Constatar que a sociedade brasileira necessita transformar sua democracia representativa em uma democracia participativa e que as mulheres devem atuar ativamente para concretizar esta mudança é bem óbvio. Cabe a todos, homens e mulheres, ampliar as condições para que elas possam usufruir de oportunidades justas em cada área que atuam para que possam exercer cidadania plena, e, de quebra, ainda melhorar o mundo.

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