Luiz Carlos Motta
Presidente da Fecomerciários
Presidente da UGT/SP
O dia 23 de maio é uma data importante para o Estado de São Paulo. A data nomeia uma das principais avenidas da capital paulista devido a um momento marcante na trajetória cívica do Estado: a Revolução de 1932. Foi em 23 de maio de 32 que quatro estudantes paulistas foram assassinados em confronto com a polícia quando se manifestavam a favor de uma nova Constituição para o Brasil. Tombaram lutando por uma nova Constituição os militantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. As iniciais dos nomes dos quatro estudantes, MMDC, se tornaram um emblema da Revolução de 9 de julho de 1932. No Obelisco do Parque do Ibirapuera estão enterrados os corpos dos heróis de 1932.
Também no dia 23 de maio damos início a uma nova jornada na consolidação da União Geral dos Trabalhadores com a fundação da UGT do Estado de São Paulo. Nossa Central, na origem da sua formação, embora em outro campo de atuação, assim como em 32, tem a mesma ideologia de lutas, ganhando as ruas para reivindicar, tomar posição frente às irregularidades e abusos por parte de alguns empregadores à revelia da lei.
Quero considerar que a data também se constituiu um dia histórico para a UGT ao nascer, em 23 de maio de 2014, a UGT São Paulo. Para orgulho dos comerciários do Estado, quando em 13 de fevereiro deste ano a Federação e a maioria dos Sindicatos se filiaram à UGT, o companheiro Davi Zaia disse que a nossa entrada era uma espécie de refundação da Central.
Opção certa
Também para nossa alegria e entusiasmo, o acolhimento que tivemos é merecedor dos nossos mais sinceros agradecimentos. Desde o presidente Ricardo Patah, demais membros da Executiva, Conselhos, Secretarias e Assessorias, a recepção aos comerciários de todo o Estado foi respeitosa e, como disse, acolhedora. Esta hospitalidade reafirmou que fizemos a opção certa em nos filiarmos àquela Central que vem recebendo várias adesões. São novas filiações que demonstram o crescimento vertiginoso da UGT, uma expansão que indica que na próxima aferição do Ministério do Trabalho e Emprego nossa Central poderá conquistar o segundo lugar em termos de número de trabalhadores na base.
Não mediremos esforços para ser a primeira Central Sindical do Brasil. Hoje, assumimos a presidência da UGT São Paulo com as experiências acumuladas durante anos de militância sindical à frente da Federação dos Comerciários do Estado de São Paulo. Juntamente com os demais membros da direção da UGT-SP, temos como proposta inicial aproximar a Central das entidades filiadas. Quero crer que a UGT-SP, em consonância com a UGT Nacional, deve se estruturar em todo o Estado com foco na atenção e no atendimento pontual a cada um dos seus companheiros e companheiras distribuídos em diversas categorias no Estado de São Paulo. Assim indicaram as nossas sete macroregiões ugetistas já instaladas.
Moção de Repúdio
Embora temos hoje na comunicação uma forte aliada na mobilização e no estreitamento do diálogo, sugiro que seja alvo de discussão a presença física e constante de dirigentes ugetistas nas bases. As ideias, as posições da Central frente a atitudes nocivas aos trabalhadores serão difundidas e discutidas com nossos filiados. Cito como exemplo um contra-ataque que temos a obrigação de fazer em relação à pressão dos grandes grupos varejistas que já convenceram a presidente Dilma a adotar o chamado contrato por períodos menores, como nos finais de semana, à noite ou nos sábados, domingos e feriados ou ainda somente alguns dias por semana. Por isso, não tardamos a marcar como nosso primeiro ato da UGT-SP a redação de uma Moção de Repúdio à medida, aprovada por unanimidade.
Foi prometida uma conversa com os Sindicatos dos Comerciários. Não cabe a nós ficar esperando a agendamento desta reunião. Vamos pressionar pela realização deste encontro o mais rápido possível porque é explicito o interesse patronal em flexibilizar as leis trabalhistas. Portanto, a fundação da UGT-SP já começa a atuar com estes desafios somados a outros, que é o resgate da Pauta Trabalhista no Congresso Nacional. Por fim, aos estarmos no corpo a corpo com os nossos filiados, vale ressaltar a importância de motivar entre eles e os patrões de suas respectivas categorias a humanização dos locais de trabalho.
A adoção do Trabalho Decente, tão defendida por nós, vai ao encontro dessa nossa proposta que visa transformar os locais de trabalho em ambientes saudáveis, seguros e propícios para o bem-estar dos trabalhadores e das trabalhadoras, livres de assédios, desigualdades e desrespeito. A UGT-SP reúne todas as condições e quadros para transformar estas propostas em realidade!
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