Fonte: Agência Estado
Balanço divulgado nesta quinta-feira (19/3) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que 91,5% das 716 unidades de negociação da indústria, comércio e serviços conquistaram reajustes salariais acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse porcentual é maior do que os 86,2% registrados em 2013. Outros 6% dos reajustes se igualaram ao índice inflacionário e 2% não alcançaram aumento real em 2014.
De acordo com o Dieese, o aumento real médio no ano passado foi de 1,39%, maior do que o de 1,22% registrado em 2013 e próximo ao patamar obtido nas negociações salariais de 2011 (1,33%). Em toda a série histórica, o porcentual só ficou abaixo do registrado em 2010 (1,66%) e 2012 (1,90%). O comércio foi o setor com melhor desempenho nas negociações de reajuste salarial em 2014, com 98,2% das unidades de negociação incorporando ganhos reais. Na indústria, 90,9% dos reajustes foram acima do INPC, enquanto no setor de serviços, 89,2%.
Outras regiões
Em todas as regiões do País, o Dieese observou "predominância" de reajustes acima do INPC. O maior porcentual de reajustes acima da inflação se deu na região Sul (93,6%), seguido por Nordeste (91,8%) e Sudeste (90,9%). Os menores porcentuais de ajuste acima do índice foram registrados no Norte (89,6%) e Centro-Oeste (89,8%). De acordo com o Dieese, as convenções coletivas de trabalho (94,2% dos reajustes acima da inflação) apresentaram os melhores resultados do que as que envolvem negociação direta com a empresa (75%).
O Departamento destaca que o "bom desempenho de 2014" já podia ser vislumbrado nos dados divulgados no Balanço de Reajustes Salariais no primeiro semestre. A entidade ressalta, porém, que, ao contrário do que ocorreu em outros anos, as negociações com data-base no primeiro semestre conquistaram reajustes melhores do que as da segunda parte do ano. A média real do aumento assegurado para as negociações nos seis primeiros meses do ano foi de 1,50%, maior do que a média de 1,16% registrada no segundo semestre de 2014.
No relatório, o Dieese avalia que os resultados obtidos em 2014 mostram um balanço geral "bastante positivo". A instituição lembra que os resultados conquistados no ano passado tiveram como pano de fundo um quadro econômico de baixo crescimento e inflação alta, cenário considerado por analistas como desfavorável para as negociações coletivas. "No entanto, o que se verificou é que, apesar do prognóstico ruim, as negociações tiveram alta no número de aumentos reais, superando as conquistas de 2013 e dando sequência a uma longa sequência de resultados positivos para classe trabalhadora".
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