terça-feira, 3 de março de 2015

Motta lidera comerciários no protesto contra MPs que retiram direitos dos trabalhadores


Fonte/Fotos: Fecomerciários c/infomações Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo
A Fecomerciários reuniu dirigentes de 27 Sindicatos Filiados na manifestação organizada pelas seis Centrais Sindicais nesta segunda-feira, 2 de março, em frente da Superintendência Regional do Trabalho em São Paulo, no centro da cidade. O trânsito no local foi bloqueado. O ato convocado pela UGT, Força, CSB, CTB, CUT e Nova Central, que reuniu centenas de trabalhadores, ocorreu simultaneamente em todo o país.

Liderados por Luiz Carlos Motta, presidente da UGT/SP e da Federação, os comerciários fizeram tremular faixas e cartazes contra as medidas provisórias 664 e 665, editadas pelo governo Dilma no final do ano passado para alterar regras de acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários, como pensão por morte, auxílio-doença e seguro-desemprego. As medidas passam a vigorar nesta segunda.

Antes, podiam solicitar o seguro-desemprego as pessoas que tivessem trabalhado durante os seis meses anteriores à demissão. Agora, só têm direito os que ficaram empregados por 18 meses nos últimos dois anos. O Ministério do Trabalho calcula que se a norma já estivesse valendo no ano passado, 26% das pessoas que usufruíram do seguro-desemprego não teriam conseguido.


Participaram do ato, dirigentes dos Sincomerciários de Assis, Avaré, Bauru, Botucatu, Catanduva, Cotia, Dracena, Itu, Jundiaí, Limeira, Mogi das Cruzes, Mogi Guaçu, Piracicaba, Presidente Prudente, Presidente Venceslau, Santa Bárbara d’Oeste, Santos, São José do Rio Pardo, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sertãozinho, Sorocaba e os Sinprafarmas de São Paulo, São José dos Campos e de Santos.

Em entrevista à imprensa, durante o ato, o presidente Motta agradeceu a presença marcante dos Sindicatos Filiados à Federação e afirmou: “Esta mobilização é mais uma demonstração de unidade das Centrais contra a manobra do governo para dificultar o acesso do trabalhador a direitos históricos como o seguro-desemprego. É também uma forma de sensibilizar a sociedade. A pressão, agora, ganha peso junto aos deputados e senadores, em Brasília, onde as propostas governamentais têm de ser avaliadas. Não aceitaremos retrocessos”.

“E a vaca tossiu"
O termo mais utilizado pelos líderes no carro de som foi "retirada de direitos dos trabalhadores”. Faixas citavam a presidente com dizeres como: "Dilma mentiu e a vaca tossiu", em referência a declarações da petista durante a campanha eleitoral no ano passado, quando afirmou que não mexeria em direitos trabalhistas "nem que a vaca tussa". O discurso do governo federal sobre as medidas é que elas não retiram direitos, apenas corrigem distorções.

Em cima de um carro de som, os sindicalistas paulistas reafirmaram que o governo recue e volte a usar os critérios antigos para concessão de seguro-desemprego e dos outros direitos. Ruy Queiroz de Amorim, presidente do Sincomerciários de Sorocaba, representante da UGT Nacional, fez um discurso contundente: “A UGT está comprometida, assim como as demais Centrais Sindicais, em marcar presença no Congresso Nacional para que as medidas provisórias sejam retiradas da pauta”.

No final do ato, os dirigentes das Centrais foram recebidos pelo superintendente regional Luiz Antonio de Medeiros, que prometeu encaminhar ao Ministério do Trabalho e Emprego dois documentos: um sobre geração de emprego e outro sobre rotatividade de mão de obra.

Pressão no Congresso
O secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, negou que o protesto desta segunda fosse contra a presidente Dilma. O objetivo das Centrais, segundo ele, é deixar que as MPs percam a validade sem serem votadas pelo Congresso, para que o governo tenha que recomeçar o processo de discussão sobre o tema.

Se isso não ocorrer, os sindicalistas vão pressionar o Congresso para que as medidas provisórias não sejam aprovadas. A votação está prevista para acontecer no dia 24 de março. Na véspera, dia 23, os dirigentes pretendem realizar o “Dia Nacional de Lutas" para pressionar o governo e os parlamentares, com paralisação em vários setores, como fábricas, transportes e no comércio.

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