terça-feira, 1 de dezembro de 2015

ENTRE NÓS
Jaime Porto
Presidente Sinprafarmas

16 DIAS DE ATIVISMO
Realizada desde 1991, hoje em 180 países, a CAMPANHA 16 DIAS DE ATIVISMO PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES tem o objetivo de denunciar e erradicar as várias formas de violência contra as mulheres, além de informar e orientar sobre os direitos humanos, como condições para romper com as situações de violência. 

A campanha acontece todos os anos, entre 25 de novembro, Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres e 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. No Brasil, a campanha ocorre desde 2003, quando, nos 16 dias de ativismo, são realizadas ações de mobilização, palestras, debates, eventos e encontros, sendo que algumas instituições começam suas atividades no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, o que faz sentido, uma vez que as mulheres negras, segundo as estatísticas são as mais prejudicadas pela violência.

Levantamento recente divulgado pelo  Mapa da Violência contra as mulheres indica que 55,3% dos feminicídios na última década aconteceram no ambiente doméstico; 50,3% foram cometidos por pessoas da própria família e 33,2% por parceiros ou ex-parceiros. As mulheres são assassinadas no Brasil por motivos de gênero, o que coloca o país como o 5º mais violento para mulheres do mundo. Não podemos permitir que a violência contra a mulher seja algo natural, não tenha relevância, pois, nenhum tipo de violência é natural.

Infelizmente, ainda vivemos uma realidade na qual as mulheres ainda sofrem muita discriminação em todos os lugares, no mercado de trabalho, na política, em casa. É preciso que cada vez mais se avance para construir políticas públicas que garantam melhores condições e maior igualdade para as mulheres brasileiras.

A Lei Maria da Penha começou a mudar esse cenário ao tornar-se um importante instrumento de combate ao silêncio e ao medo que imperavam nas relações pessoais e familiares das mulheres vítimas de violência. O disque 180 recebe denúncias de violência, reclamações sobre os serviços da rede de atendimento às mulheres, orientação às mulheres sobre seus direitos e sobre a legislação vigente, encaminhando-as para outros serviços quando necessário. 


Os 16 dias de ativismo devem provocar uma reflexão da sociedade por uma mudança de postura e transformação de hábitos e costumes, que exija o compromisso de todos por justiça social e igualdade de direitos. Para vencer a violência é preciso que cada um faça sua parte.

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