Entre Nós
Jaime Porto
Presidente Sinprafarmas
Na última década, a cidadania feminina e as relações de gênero passaram a fazer
parte dos debates sobre uma nova concepção dos direitos humanos. Embora os avanços conquistados as vezes
pareçam poucos, na verdade eles tem sido conquistados um a um, graças a
mobilização da luta das mulheres.
Hoje,
mais da metade da população brasileira é feminina, porém, ainda persiste uma
ótica sexista e discriminatória que faz a representatividade das mulheres nos
quadros dos poderes públicos e nas instâncias decisórias estar muito longe do
ideal.
As estatísticas comprovam que as mulheres
brasileiras estão cada vez mais qualificadas, têm mais tempo de estudo que os
homens, começam a ingressar em profissões consideradas de prestígio e a ocupar
postos de comando, ainda que lentamente.
A
exclusão social é combatida através de políticas específicas, a violência tem sido
combatida nos últimos anos com mudanças na legislação; desenvolvimento
crescente de estudos sobre violência contra a mulher; criação de delegacias
especializadas; serviços de atendimento às vítimas. Os salários inferiores aos masculinos também
estão nas alças de mira do movimento de mulheres.
Neste
momento, uma árdua batalha também toma forma entre as mulheres brasileiras: uma
agenda mais ampla de saúde feminina, uma difícil
peleja que envolve
preconceitos, discriminações e dogmas religiosos, além de problemas
estruturais, como a grande falta de recursos da população feminina e os
recursos mal distribuídos do setor público.
É
inegável o avanço das mulheres brasileiras nos últimos anos. Em todas as áreas,
ocorreram progressos consideráveis, apesar de ainda persistirem grandes
desigualdades. Avanços que, sem dúvida, devem ser creditados
ao movimento de mulheres, por sua persistência e crescente articulação, e que começam
a construir as bases para uma nova plataforma política, a ponte para
alcançarmos uma sociedade mais justa.
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