Entre Nós
Jaime Porto
Presidente Sinprafarmas
Uma olhada
superficial na saúde brasileira apresenta desigualdades de acesso aos serviços
da rede básica, por falta de estrutura e dificuldades explicadas por uma
sobrecarga decorrente de deficiências crônicas do setor. Este quadro tem causado
o agravamento de doenças e custos altos de contenção, pela impossibilidade de
se alcançar precocemente diagnóstico e tratamento.
Embora a política que se quer ver implantada seja voltada não para a doença,
mas sim para a saúde, para que esta proposta ocorra na prática é preciso que as
diversas esferas governamentais funcionem de maneira integrada, desenvolvendo
ações conjuntas, que coloquem o conhecimento dos profissionais à disposição do
cidadão, operando com transparência e um quadro funcional adequado, que possa
dar conta do recado, sem promover concessões de privilégios quanto ao acesso a
serviços diagnósticos, internações ou tempo de espera para atendimento a
indivíduos melhor posicionados socialmente ou que tenham relações de parentesco
e amizade com o
poder. Com o bom funcionamento dos postos de saúde a demandada de pacientes
poderia ser reduzida, trazendo uma consequente melhora no atendimento.
Infelizmente, no contexto
do sistema capitalista, o confronto entre as duas políticas presentes no setor
- a política de bem-estar social, exigindo garantias de direitos sociais e a
política liberal, fazendo restrições e, por conseguinte, negando tais direitos –
promove ambiguidades e
contradições que atingem a ética do trabalho profissional na saúde, gerando a gravidade da situação atual do sistema, que só poderá ser corrigida
através do exercício profissional e honesto de todos os profissionais da área.
Saúde
e cidadania são construídas diariamente, conquistadas ao longo do tempo. Ambas
tem uma estreita relação com a ética, honestidade, educação, moradia,
alimentação, renda, meio-ambiente, justiça social.
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