Entre Nós
Jaime Porto
Presidente Sinprafarmas
Política sempre foi um assunto
chato, mas nos dias atuais além de chato, falar de política significa falar de
corrupção. Mas, a gente precisa falar de política.
No Brasil, o número de mulheres aptas
ao voto é superior ao dos homens, mas a participação delas como candidatas a
cargos eletivos na política é quase irrisória. É bom lembrar que desde 1997, os
partidos políticos são obrigados a reservar 30% das candidaturas para as
mulheres, conforme norma da Lei Eleitoral, mas passados quase 20 anos esse
percentual ainda não é 50% preenchido. Dizem os partidos políticos (que pouco
fazem para trazer as mulheres para suas fileiras) que a razão disso é não existirem
candidatas em número suficiente para atingir esse percentual de candidaturas,
obrigando-os a renunciarem a parte das vagas e inscreverem um número menor de
candidatos.
Embora dispostas a quebrar tabus e colocar sua colher em todos os assuntos (graças a Deus), parece que as mulheres brasileiras ainda não se dispuseram a entrar pra valer no jogo político. E isso não é muito difícil de entender, uma vez que participar ativamente da política, no Brasil de hoje, parece significar entrar em um jogo de interesses pessoais em que a ética, a moralidade e a honradez não fazem parte das regras.
Decididamente, este quadro precisa mudar, pois, basta analisar o pequeno número de mulheres do cenário político nacional (aquelas que conquistaram um mandato parlamentar ou foram eleitas para cargos executivos) para perceber que elas tiveram e têm desempenhos altamente positivos muitas vezes superando os homens nestes cargos. Sem dúvida, o país, os estados e os municípios estão perdendo muito com esse desinteresse das mulheres em voltar sua atenção para a política.
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