ENTRE NÓS
Jaime Porto
Vice-presidente Sinprafarmas
Um trabalhador hoje com 41 anos, que tenha começado a trabalhar com 19 pelas regras atuais da Previdência, poderia se aposentar aos 57 anos com aproximadamente 90% do teto, ou seja, mais 16 anos de trabalho. Para alcançar 100% teria de trabalhar até 63 ou 64 anos. Se a reforma passar, este trabalhador terá pelo menos mais 22 anos pela frente. Para pegar 100%, teria de ir hoje até 63 ou 64 anos; com a reforma, até 70 e ainda amargar uma perda de 30% na aposentadoria, que é achatada a cada dia.
Assim, é fácil perceber que o assalariado terá de trabalhar muito mais para ganhar bem menos, caso consiga manter-se no mercado, uma outra variável maldosa desta equação, uma vez que muitas atividades tem consequências desastrosas para a saúde.
Para as mulheres, este quadro é ainda pior, pois além de trabalhar fora e manter o emprego, elas ainda precisam dar conta da jornada de trabalho em casa.
É este o ambiente criado pelo governo federal para os trabalhadores de hoje, e será ainda pior para a próxima geração, que fatalmente será coagida a buscar as previdências privadas de custos altíssimos.
Graças a inércia provocada na população pela descrença dos trabalhadores na política, falta de informações, educação e cidadania o governo atual está rasgando a CLT, acabando com as aposentadorias, dando rédea para a corrupção e institucionalizando uma nova forma de escravidão.
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