terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Negociações coletivas

Jaime Porto
Presidente Sinprafarmas Baixada Santista

Todos os anos, os sindicalistas brasileiros enfrentam uma série de negociações, com os empresários, um dos mais sofisticados métodos de luta de que dispõem os trabalhadores. A verdade é que ninguém está plenamente preparado para garantir o sucesso de uma negociação, pois a cada momento as condições econômicas, políticas e sociais mudam e o capital não para de elaborar novas estratégias e táticas para o embate, criando sempre novas dificuldades para os trabalhadores.

Ora, a negociação é o momento onde os interesses dos trabalhadores são confrontados com os dos patrões e dependendo da capacidade de negociação da partes envolvidas no processo e de quão forte é o apoio que elas têm em suas bases, as divergências podem aumentar ou diminuir, encontrar solução ou oposição.

Muitos acreditam que uma negociação vitoriosa é aquela que traz bons aumentos salariais, conquistas sociais, manutenção de postos de trabalho, mas isto é apenas parte do sucesso. Para que uma negociação apresente resultados consistentes ela precisa introduzir novas práticas sociais e garantias de que estas sejam cumpridas, assim como garantir um comportamento mais responsável por parte das empresas em relação aos trabalhadores. Este sim é um bom pacote, que quando conquistado, mesmo com pouca abrangência, pode servir de modelo e ser ampliado aos níveis regionais, estaduais e nacional.

Saber as aspirações da categoria, mantê-la informada e preparada, elaborar uma pauta de reivindicações realista que fortaleça as conquistas históricas dos trabalhadores e amplie o leque de proteção e benefícios são itens importantes para o sucesso da negociação.

Também é preciso ter em mente que um acordo coletivo não é uma vitória momentânea, mas uma base para uma nova e mais justa convenção coletiva. Assim, preparação para negociar é fundamental para o sucesso e esta preparação envolve negociadores e sindicato, pois a força da entidade, o nível de organização dos trabalhadores na base e o apoio que estes dão à entidade e às suas reivindicações é que fazem a diferença na hora de negociar.

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