A disparada da inflação corrói, sem dó, os recursos dos
trabalhadores depositados no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Para
tentar recuperar as perdas, mesmo que uma parte delas, os sindicatos de
diversas categorias estão movendo uma enxurrada de ações coletivas
indenizatórias direcionadas à Caixa Econômica Federal, gestora do patrimônio,
que, em dezembro de 2012, somava R$ 55,4 bilhões.
Os processos, que começam a abarrotar as varas de Justiça de
todo o país, envolvem mais de 2 milhões de pessoas. Elas cobram a atualização
dos valores depositados pelas empresas. Pelos cálculos do Instituto FGTS Fácil,
como a remuneração do fundo é de apenas 3% ao ano, além da variação da Taxa
Referencial (TR), e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ficou, em
média, em 5,5% anuais na última década, os prejuízos chegam a pelo menos R$
148,8 bilhões.