Jaime Porto
Presidente Sinprafarmas
Incendiou-se no Rio de Janeiro o 5º maior acervo do mundo, que continha o fóssil de 12 mil anos de Luzia, descoberta que refez todas as pesquisas sobre ocupação das Américas, o documento oficial que instrumentalizou a Lei Áurea, além do sarcófago de Sha Amum Em Su, um dos únicos no mundo que nunca foram abertos, alguns fósseis de plantas já extintas, o maior acervo de meteoritos da América Latina, o trono do rei Adandozan, do reino africano de Daomé, datado do século XVIII. Queimou o prédio onde foi assinada a independência do Brasil, reduzindo-se a cinzas parte da história do Brasil e da civilização. Perdas irreparáveis.
Dizer que foi uma tragédia anunciada aos quatro ventos é simplesmente chover no molhado, porque foi sim, a última e seríssima denúncia tendo acontecido no mês de julho, sem que nenhuma providência tivesse sido tomada.
A tragédia cultural brasileira revela a falta de interesse do poder público com o acervo histórico e científico do país, que deixou o museu simplesmente apodrecer.
Muitos já bateram a mão no peito prometendo apurar responsabilidades, mas, em se tratando de Brasil, isto é bem duvidoso. Enfim, que este seja mais um elemento a ser pesado nas decisões que vamos tomar no dia sete de outubro, no impulsionando a votar com mais consciência e responsabilidade, porque um país sem memória e cuidados, não tem, futuro!