segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Rede de farmácias Raia Drogasil tem lucro histórico

Fonte: Fecomerciáros c/informações Valor Econômico
Maior rede de farmácias do País, a Raia Drogasil contabilizou, de abril a junho, o melhor trimestre da história da empresa para alguns indicadores - o grupo foi criado em novembro de 2011, a partir da união das empresas. Bons resultados têm ajudado a sustentar o maior plano de expansão orgânica do varejo hoje. A empresa deve atingir pouco mais 1,6 mil pontos ao fim do próximo ano. Serão 400 aberturas entre 2016 e 2017 - uma nova loja a cada 48 horas, em média. A previsão anterior era inaugurar 360 pontos.

A Raia Drogasil apurou alta de 25% mas vendas líquidas de abril a junho, para R$ 2,8 bilhões, e o lucro líquido subiu 45%, para R$ 157 milhões sobre 2015 - o maior para um trimestre desde a oferta pública de ações da Drogasil, em 2007. A empresa ainda registrou a sua maior margem de lucro antes de juros impostos, amortização e depreciação (Ebitda, da sigla em inglês) da história, em 10,4%, versus 9,4% no ano anterior. Reflete em parte, o aumento nos preços de medicamentos, de quase 12%, autorizado pelo governo em março.

Na sexta-feira, dia seguinte ao da publicação dos dados, as ações ON subiram 4%, e o valor de mercado do grupo foi a R$ 21,9 bilhões.

Os resultados da Raia Drogasil aparecem porque a empresa tomou um conjunto de decisões acertadas relativas ao negócio, na visão de analistas. Após a fusão, em 2011, fez uma trabalhosa e ampla integração, que levou quase três anos. Na prática, colhe as sinergias dos anos em que teve que virar a empresa de cabeça para baixo. Cortou despesas e ganhou escala (deve vender R$ 12 bilhões neste ano). Nesse período, acertou no portfólio de lojas. A empresa tem poucos fechamentos, até 15 lojas ao ano, menos de 1% da base total.

Um dos riscos desse processo acelerado de crescimento no varejo são as pressões sobre margens e despesas. Analistas observam que o ritmo de aberturas não tem afetado de forma mais pesada os custos e o Ebitda. Segundo Guilherme Assis, analista da Brasil Plural Corretora, "o recorde de crescimento de 10,1% [no segundo trimestre] para vendas de lojas maduras trouxe uma alavancagem operacional positiva para o negócio, compensando a pressão sobre despesas comerciais relacionadas com o ritmo acelerado de abertura, ajudando a diluir despesas".

Outro aspecto que pode gerar algum ruído nesse processo de expansão está no aumento dos investimentos, e o efeito sobre fluxo de caixa. Os investimentos subiram de R$ 81 milhões de abril a junho de 2015 para R$ 112 milhões neste ano e o fluxo de caixa livre (diferença entre fluxo de caixa operacional e investimento) ficou negativo em R$ 1,6 milhão (era positivo em R$ 38 milhões em 2015).

E investimentos devem crescer, ficando na faixa entre R$ 450 milhões e R$ 500 milhões em 2016, sendo que no ano anterior foram cerca de R$ 390 milhões. O caixa ao fim de junho somava R$ 56,5 milhões. Sobre essas questões, a empresa diz que não há problemas de liquidez. "Temos recebíveis [R$ 700 milhões em junho], e no quarto trimestre o fluxo de caixa é bem maior. Então liquidez não é uma questão para nós", diz o presidente do grupo Marcílio Pousada.

Ainda segundo o balanço, o valor negativo do ciclo de caixa, que considera variação em estoques e contas a receber, por exemplo, aumentou 70% entre o segundo trimestre de 2015 e 2016, para R$ 163 milhões. "Compramos estoque antes da alta nos preços dos medicamentos. Temos caixa e usamos dessa vantagem para nos estocar", diz Eugênio De Zagottis, diretor de planejamento corporativo. A decisão contribuiu para a alta na margem bruta, de 30,3% para 31,6%.

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