terça-feira, 12 de março de 2019

Raia Drogasil compra Onofre e cria gigante de farmácias


Fonte/Imagem: Exame
A rede de farmácias Raia Drogasil anunciou no fim da tarde desta terça-feira que comprou a rede de farmácias Onofre, controlada pela americana CVS no Brasil. As conversas entre as duas companhias começaram poucos dias antes do Natal, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. A CVS chegou a oferecer a rede para companhias brasileiras. No pregão desta terça-feira, as ações da Raia Drogasil subiram 3,3% na B3.

O negócio uniu a maior rede de farmácias do país a uma companhia focada em São Paulo, que vinha investindo pesado na operação online nos últimos anos. Com 50 unidades, sendo 47 em São Paulo, a Onofre era a primeira investida da CVS fora dos Estados Unidos. A gigante americana faturou cerca de 200 bilhões de dólares no ano passado. A Onofre foi comprada pela CVS em 2013, por cerca de 700 milhões de reais. Mas a empresa ficou pequena para o tamanho dos desafios no mercado brasileiro.

Fundada em 1934 no Rio de Janeiro, a Onofre foi administrada pela família fundadora, a Arede, até a venda. Sob comando americano, enquanto as concorrentes disputavam os bons pontos disponíveis para abrir centenas de lojas, a Onofre passou por uma reestruturação nos últimos anos. Revisou
processos, trocou equipe, mudou o interior e a marca das lojas e reforçou seu foco em vendas online e oferta de serviços — nos EUA, as unidades da CVS aplicam até vacinas. Em 2018, metade das vendas da varejista passaram a vir da internet.

A compra foi cercada por polêmicas. A CVS a questionou o valor do acordo, de 670 milhões de reais por 80% da rede. Quando algumas parcelas deixaram de ser pagas, em 2016, a família Arede entrou com um processo de arbitragem na Câmara de Comércio Brasil–Canadá contra a CVS. A Onofre nunca confirmou a arbitragem.

Enquanto isso, o mercado de farmácia crescia alucinadamente, puxado pela Raia Drogasil. De 2012 para cá, as receitas do setor aumentaram 62%. A Raia Drogasil passou de 864 para 1.825 lojas no período, e viu suas receitas passarem de 6 para 15,5 bilhões de reais em 2018, alta de 12%. O lucro no ano passado foi de 548,6 milhões de reais, crescimento de 7%. A participação de mercado da Raia Drogasil é de 12,9%. A segunda colocada do setor é a Pacheco São Paulo, que dobrou de tamanho em cinco anos, para 10 bilhões de reais.

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