Os casos de trabalho infantil no mundo tiveram redução de um
terço entre 2000 e 2013, segundo dados do estudo Medir o Progresso na Luta
contra o Trabalho Infantil: Estimativas e Tendências divulgado, nesta segunda-feia
(23), pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). O número de crianças e
adolescentes entre 5 e 17 anos trabalhando nos últimos 13 anos caiu de 246
milhões para 168 milhões.
Para a OIT, o avanço no combate ao trabalho infantil foi
possível devido à intensificação de políticas públicas e da proteção social das
crianças e dos adolescentes nos últimos anos, acompanhada pela adesão a
convenções da organização e pela adoção de marcos legislativos sólidos no
âmbito nacional. A instituição verificou que os maiores progressos na queda do
uso desse tipo de mão de obra ocorreu entre 2008 e 2012.
“Estamos nos movendo na direção correta, mas os progressos
ainda são muito lentos. Se realmente queremos acabar com o flagelo do trabalho
infantil no futuro próximo, é necessário intensificar os esforços em todos os
níveis. Existem 168 milhões de boas razões para fazê-lo”, declarou o
diretor-geral da OIT, Guy Ryder.
As piores formas de trabalho infantil são as consideradas
perigosas - atividade ou ocupação, por crianças ou adolescentes, que tenham
efeitos nocivos à segurança física ou mental, ao desenvolvimento ou à moral da
pessoa. O trabalho doméstico, por exemplo, é considerado uma das piores formas.
Segundo a OIT, aproximadamente 15 milhões de crianças estão envolvidas nesse
tipo de atividade. Só no Brasil, são quase 260 mil.
A divulgação do estudo levou em consideração a proximidade
da 3ª Conferência Global sobre Trabalho Infantil, que será realizada em
Brasília, em outubro.
Regionalmente, o maior número de crianças em atividade no
mercado de trabalho está na Ásia - 78 milhões, cerca de 46% do total.
Proporcionalmente à população, no entanto, o Continente Africano é o que
concentra o maior percentual de menores de 18 anos envolvidos nesse tipo de
atividade, 21%.
Em relação ao setor em que crianças e adolescentes são
encontrados trabalhando com maior frequência, a agricultura é o que tem a maior
concentração, 59% dos casos (98 milhões). Os setores de serviços (54 milhões) e
da indústria (12 milhões) também mostram incidência de uso de mão de obra
infantil, especialmente na economia informal.
Fonte: Agência Brasil
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