terça-feira, 4 de setembro de 2012

Oferta de mão de obra jovem diminui, desemprego cai


O ritmo mais fraco de crescimento da oferta de mão de obra tem um peso fundamental para explicar a baixa taxa de desemprego, dizem economistas que acompanham com atenção o mercado de trabalho. A população de 18 a 24 anos, por exemplo, está até mesmo encolhendo – depois de atingir 23,9 milhões de pessoas em 2005, recuou para 22,7 milhões em 2009 e deve cair para 21,9 milhões neste ano, segundo estimativas do departamento econômico do Bradesco, feitas com base em projeções do IBGE por faixa etária.

"O desemprego baixo no Brasil é hoje um fenômeno essencialmente demográfico", acredita o economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros. "A população de jovens está menor, e eles ainda ficam mais tempo estudando", disse. O ponto é que, com a melhora do rendimento familiar, muita gente adia a entrada no mercado de trabalho. "É justamente a faixa etária em que grande parte da população está no começo da carreira profissional", observa Barros.

Nesse cenário, a oferta de mão de obra tem crescido a um ritmo consideravelmente inferior ao da demanda. Como resultado, uma baixíssima taxa de desemprego, com salários em alta. Em maio, a desocupação nas seis principais regiões metropolitanas estava na casa de 5,5%, na série livre de influências sazonais da LCA (em junho, o IBGE não divulgou os dados relativos ao Rio de Janeiro e, em junho, os números do Rio e de Salvador, por causa da greve dos funcionários).

O Brasil passa por um processo de mudança demográfica significativo, reiterado pelo Censo de 2010, do IBGE. Relatório do Bradesco, assinado por Ana Maria Bonomi Barufi, destaca que "a mudança da estrutura etária em curso nas últimas décadas se acentuou desde o Censo de 2000" – a participação da população com 65 anos ou mais foi bastante expressiva, assim como a fatia dos habitantes de menos de 15 anos. Em 1970, 42% das pessoas tinham menos de 15 anos, número que caiu para 24,1% em 2010. A fatia dos maiores de 65 anos, por sua vez, subiu de 3,2% para 7,4%.
Fonte: Jornal Valor

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