Oito em cada dez brasileiros ouvidos pelo Ibope e pelo
Instituto Patrícia Galvão (78% dos entrevistados) para uma pesquisa sobre a
presença de mulheres na política defenderam a obrigatoriedade de uma divisão
com o mesmo número de candidatos e candidatas nas listas partidárias para
eleições. Para 1,6 mil entrevistados, essa composição meio a meio da lista de
candidatos deveria ser obrigatória nas eleições para o Legislativo municipal,
estadual e federal. Os dados fazem parte do estudo Mais Mulheres na Política,
divulgado nesta terça-feira em Brasília.
"O Brasil ocupa o 121º lugar com relação à participação
das mulheres na política em um ranking de 189 países", destacou a
socióloga Fátima Pacheco Jordão, diretora do Instituto Patrícia Galvão e
integrante da Articulação de Mulheres Brasileiras. A lista revela que países
como o Iraque e o Afeganistão têm mais mulheres no poder do que no Brasil.
No Senado Federal, entre 81 vagas, apenas 13 são ocupados
por mulheres, sendo que, atualmente, oito senadoras exercem ativamente a
atividade. Apenas uma das 11 comissões da Casa é presidida por uma senadora. Na
Câmara dos Deputados, das 513 vagas, 44 são ocupadas por mulheres e apenas uma
das 21 comissões permanentes é liderada por uma deputada. As mulheres ocupam
apenas 10% das prefeituras e representam 12% dos membros das câmaras
municipais.
Helena Chagas lembrou que a população brasileira é formada
por mais de 52% de mulheres. "Se a mulher, hoje, tem participação
expressiva no mercado de trabalho, na política não institucional (em movimentos
sociais e empresas, por exemplo), essa presença não se reflete, ao menos
numericamente, no Parlamento", completou.
Os números divulgados hoje mostraram que, para 74% dos
entrevistados, a garantia da democracia depende da presença de mais mulheres
nos espaços de poder e tomada de decisões e que quase 1,5 mil entrevistados
defendem punição aos partidos que não apresentarem uma lista com 50% de
candidatos e 50% de candidatas.
Fonte: Agência Brasil
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